sábado, 23 de julho de 2022

Pai o senhor se foi, a sua cópia em mim ficou, é positiva, igualzinha a si; vida de sofrimento e dor, mas sem ódio, só amor. Me lembro ainda, um menino, não descolava do senhor, sempre juntos, a maioria na garupa do cavalo beija-flor; muitas madrugadas, debaixo de chuva raios e trovoadas e vento frio; do córrego dos pinheiros, até os dos réis, só nós dois, não tinha vocês, retira o arreio do cavalo, e me cobre com o cochinil de lã da pele de um carneiro, enrola a manta quente do calor do lombo do cavalo, e me fás um travesseiro. Assim fui crescendo, o senhor me encimando, eu aprendendo, ser tropeiro, e carreiro; plantar, e colher os frutos da terra, da cana o assucar mascavo, e aguardente, azeite de mamona, que era a Petrobras de antigamente, pai, hoje eu já velho, passando tudo que passamos, e nunca fomos reconhecidos, vivemos do trabalho honestamente, nos de estatura pequena, mas nunca faltou o pão de cada dia para a família, pai o senhor e eu vivemos despercebidos, sem amigos em todos os sentidos, saudades pai, nós dois tínhamos orgulho um do outro, pai e filho, caminhamos sempre juntos, gostava de caminhar e falar comigo, pai querido eu nunca o esquecerei; meu único verdadeiro amigo, pai eu também tenho orgulho de ser seu filho. Escrito por José da silva caburé, poesias, contos & versos. Araruama; 
30/04/2024.

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