sexta-feira, 26 de abril de 2024

 As lembranças no presente, para mim, não existe passado

quem sabe se não foi só um sonho?

Recordando os momentos, vividos desde quando comecei 

intender que era um ser vivente, foi em uma noite, na casa 

onde nasci, casa do campo, chão de terra batida, fogão a lenha, 

casa cheia iluminada, pela luz da lamparina, e do candieiro.

O motivo foi a morte de minha irmã Mirtes, que só teve seis

meses de vida. A casa estava cheia da vizinhança, e seus filhos,

um deles falou, vamos brincar de esconde? Fui o primeiro, sai 

correndo quando passava em frente o esquife de minha irmã, vi 

sair de sima dela uma pomba branca batendo asas e atravessando 

a janela que estava fechada, voltei correndo e gritando mãe vi 

um grande passarinho saindo de cima dá Mirtes, todas começaram

a rezar. Foi desta noite, dá quele dia, que comecei a contar a minha 

história toda escrita em meus pensamentos, dias, ha dias, a minha vida 

nunca foi fácil, sempre lutando para sobreviver, até hoje, já contando 

oitenta e sete anos, continuando a nadar, neste mar sem fim, tendo o

corpo marcado, ferrado, sangrando, perfurado, muitas lagrimas vertidas,  

assim estou sobrevivendo, neste jardim criado por Deus, quando quero 

rezar, me ajoelho aos pés de uma árvore, e rezo, pai, filho e o espirito santo.

Escrito por José da silva caburé, poesias, contos, & versos.

Araruama; 26/04/2024.