quarta-feira, 2 de junho de 2021

 Lembranças  da minha juventude lá de onde eu nasci. 

em um pedaço de terra fertil  no recanto do Brasil; 

Na fazenda do meu  velho pai já cansado da lida; 

eu com apenas quinze anos  assumi a administração, 

fui por em pratica  tudo o que aprendi na teoria, 

vendo com atenção o que o velho fazia,

ainda me lembro o velho no cabeçalho do carro dos bois;

tendo eu na guia, candiando as quatros juntas de bois,

guida nas mãos com os pés no chão, e os bois bufando, 

presos  nas cangas,  dentro dos canzis  abrochados com as broxas

em seus pescoços, os cambões ligando junta a juntas ate o cabeçalho,

onde fica o carreiro comandando o carro, tocando a boiada  na ponta 

da guida,  quando chegava perto da Cidade papai me mandava apertar 

as cantadeiras, para fazer o carro cantar  as moças vinha  para as janelas 

para ouvir o carro cantar,  parecia uma cigarra cantando  e as moças se 

assai ava, dando rizadas,  tinha vezes que vinha na Cidade com atropa de

de mulas muito bem arriadas, cangalha bolsa  de couro arrocho e sobre carga, 

todas as mulas com as quatros patas ferradas para tirar fogo nas salsadas,

e no peitoral  as sinetas tocava, a cada paço que as mulas dava. era a alegria 

das moças e das criançadas.  foi assim seu moço.  que fui forjado, para mim 

foi uma vida encantada,  foi por tudo isto que  fui intuído e inspirado, a compor

poesias  neste mundo encantado, ouvindo o cantar do carro de bois  e dos pássaros,

canta o bentivi responde o João de barro,  a seriema la no alto ,o inhambu no mato, 

e sinfonia dos pardais !!! 

Escrito por José da silva caburé poesias contos & versos, Araruama;02/06/2/021.