Lembranças da minha juventude lá de onde eu nasci.
em um pedaço de terra fertil no recanto do Brasil;
Na fazenda do meu velho pai já cansado da lida;
eu com apenas quinze anos assumi a administração,
fui por em pratica tudo o que aprendi na teoria,
vendo com atenção o que o velho fazia,
ainda me lembro o velho no cabeçalho do carro dos bois;
tendo eu na guia, candiando as quatros juntas de bois,
guida nas mãos com os pés no chão, e os bois bufando,
presos nas cangas, dentro dos canzis abrochados com as broxas
em seus pescoços, os cambões ligando junta a juntas ate o cabeçalho,
onde fica o carreiro comandando o carro, tocando a boiada na ponta
da guida, quando chegava perto da Cidade papai me mandava apertar
as cantadeiras, para fazer o carro cantar as moças vinha para as janelas
para ouvir o carro cantar, parecia uma cigarra cantando e as moças se
assai ava, dando rizadas, tinha vezes que vinha na Cidade com atropa de
de mulas muito bem arriadas, cangalha bolsa de couro arrocho e sobre carga,
todas as mulas com as quatros patas ferradas para tirar fogo nas salsadas,
e no peitoral as sinetas tocava, a cada paço que as mulas dava. era a alegria
das moças e das criançadas. foi assim seu moço. que fui forjado, para mim
foi uma vida encantada, foi por tudo isto que fui intuído e inspirado, a compor
poesias neste mundo encantado, ouvindo o cantar do carro de bois e dos pássaros,
canta o bentivi responde o João de barro, a seriema la no alto ,o inhambu no mato,
e sinfonia dos pardais !!!
Escrito por José da silva caburé poesias contos & versos, Araruama;02/06/2/021.