terça-feira, 22 de dezembro de 2020

 Em primeiro lugar para que ninguém 

me tache de ser preconceituoso quero 

deixar claro que sou branco casado 

com uma linda e bela mulher de cor escura

e temos um lindo negão que muito amamos 

temos orgulho dele e de sua cor preta. 

Eu ficaria muito feliz se ele resolvesse aparecer

não com uma melancia no pescoço, sei que ele 

não faria, pois ele é formado, tem o seu canudo 

de papel, mas gostaria de ouvi-lo gritar em uma 

praça cheia de gente, atenção a todos, eu sou preto,

um criolo, um negão, e tenho muito orgulho da minha

cor. Fico pau da vida ouvindo falar sobre os negros, 

Hoje mesmo estava assistindo uma palestra de dois 

candidato a deputado, ambos da cor negra, respondendo 

perguntas de vários estudantes, e sempre eles acusavam 

os brancos, de serem preconceituosos, eu não sei o que eles 

mais querem, pois já existe uma lei, sobre o preconceito sobre

a cor negra; mais que só vale para as pessoas de cor chamado

de preto, criolo, negro, se um branco dirigir a uma pessoa com

esse chamamento, vão ser presos e condenados, mas quando um 

branco é xingado de branquelo, branco azedo, e desbotado com 

o negro não acontece nada, ora então são dois pesos, e uma só 

medida? Esta lei deveria servir para os dois lados quem fez esta lei 

fez errada, ai esta a discriminação com o branco, ou o branco deixou 

de ser iguais, eu desde o primário fui xingado várias vezes, e nunca 

me importei, se, na verdade, eu sou branco em qualquer adjetivo, e com

muita honra, e mesmo quando eu já era rapas, xingado por pessoas adultas. 

Não sei o porquê o preto tem raiva do branco; e das pessoas ricas, ora se no mundo inteiro quem dá emprego para brancos e pretos são na maioria pessoas 

brancas grandes empresários de vários setores, construção civil, super mercados, 

fazendeiros, e muitos outros setores, na maior parte eles são brancos, mais isto acontece no mundo inteiro, tem que existir operários para todos os seguimentos.

De domésticos a pedreiros, e seus ajudantes, e nos cafezais, em muitas outras 

atividades, grassas a Deus, pois nem, todos têm diplomas, e muitos nem sabem ler, 

se os tivesse todos com um diploma, quem iria trabalhar de ajudante de pedreiro, tendo um diploma desde que existe o mundo, tem pobres e ricos, os ricos dão oportunidade ao pobre, de também ser rico, e só estudar com o suor do seu trabalho, quem sabe se um preto que tanto reclama também poderá ser um rico

empresário, dando oportunidade para outros pretos, mas se todos tivesse diploma

quem iria fazer os serviços pesados nem um doutor o faria, as ruas vivia cheia de lixo, as roças vivia no mato, não tinha ninguém para fazer um viaduto nem construir uma estrada, nem erguer um edifício, pergunto porque os negros não se unem formando sindicato em todas as capitais, cada um contribuindo como que pode, para fazer escolas e faculdades, e não depender dos empregos dos branquelos, eu nasci branco e na pobreza, e nos meus tempos até a higiene era zero, mas sobrevivi, com o meu trabalho honesto. Mesmo só tendo estudado até 

o terceiro ano do primário antigo, o resto aprendi e continuo aprendendo na faculdade da vida e sei quando eu morrer tenho a certeza que só aprendi uma só 

gota deste imenso oceano. Nunca culpei a ninguém, hoje sou classe media, e tenho

orgulho de ter sobrevivido, honestamente, e mais orgulho tenho, de nunca por a culpa de não ter estudado, meu pai já velho precisava da minha ajuda, e não me 

arrependo, ao ser ele quem me ensinou a ser gente, sendo forjado nas labaredas

do sol escaldante, puxando enxada, fazendo cercas de arame farpado, tocando tropas de mulas, amansando burro bravo, e nunca reclamei que fui escravo, 

 que saudades tenho do ranger das rodas do engenho, e do bater do monjolo 

a noite inteira, socando o café, ou triturando o milho, para tratar dos porcos e das

galinhas, até saudades tenho dos partos que fazia nas vacas, até cesarianas fazia, mesmo sem ser veterinário, mas tinha anestesia, só quem vivi ou nasceram no campo sabe 

o que estou falando, só que hoje já não existe mais monjolo, e muitos nem nunca viram, Escrito por José da silva caburé, poesias, contos & versos,  

Araruama; 22/12/2020.