sábado, 24 de junho de 2017

Relatos que foram passados para mim
sobre um boêmio dos tempos do Império
Monárquico.
"Zé pretinho, venhas cá, moleque!"
Leva este bilhete para aquela donzela
que está sempre na janela daquela
casa amarela. Faça com que ela olhe pra você,
mostre para ela e deixe o bilhete no banco do
jardim. Isto não é de graça, toma pra ti uma pataca
e fecha a sua matraca!
No bilhete dizia: "Preste atenção, Luzia. Meu amor,
minha loirinha...hoje a noite no primeiro cantar do galo,
estarei a sua espera. No Largo da Lampa dozza, do lado
esquerdo do chafariz, contra o clarão do lampião de gaz.
Não tenhas receio, a está hora carruagem já não tem mais
e se tivesse, escutaria o estalar da tala do cocheiro e o bater
das patas dos animais.
Vamos fazer tudo o que possamos fazer hoje, por que talvez
amanhã não possamos fazer mais!
Assim foi tudo bem feito, lá na Largo da Lampa dozza, que hoje
se chama praça Tiradentes, onde foi enforcado o inconfidente,
Joaquim José da Silva Xavier!


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