sábado, 17 de junho de 2017

O Brasil de antigamente, onde homens eram forjados.
Eu já fui ferido e marcado com ferro em brasas de
marcar gado e já marquei muitos também.
Já fui tropeiro de onze mulas cortando as estradas por este Brasil a fora,
muitos de hoje vão ler, mas poucos vão entender...só se tiver a minha idade
e não ter nascido nas cidades. Que no primeiro cantar do galo, já estava com as
mulas no terreiro todo molhado de orvalho...
Era onze mulas muito bem treinadas, na frente ia a mula da guia, no pescoço carregava,
um peitoral de sinetas e guizos que era uma música de aviso, para que outra tropa saísse
do caminho...
já fui carreiro com cinco juntas de bois, bem treinados, era a guia e contra a guia, torno e
contra torno, a ultima a do coice do cabeçalho...
trazia nas mãos a guida como ferrão bem afinado para ferrar o boi manhoso que não quisesse
andar, na frente ia o candieiro, ainda um menino, de pés descalços pisando nos benzinhos, e a
junta de boi da guia bufando na suas costas. Ele só tinha quatorze anos, mas era o orgulho da
nossa raça que só conhecia fumaça quando ia fazer as plantações, queimando a palhada, para fazer
a roça...
Isto tudo aconteceu até a poucos anos atrás. Pergunto, será que valeu a pena tanto sacrifício e sofrimentos? Para hoje ser governado, pelos os transmissores da peste bubônica, estes imundos
animais que rói e corrói e que tantos mal nos fazem!
Escrito por José da Silva, contos & versos;
Araruama; 17/06/2017.



  

Nenhum comentário :

Postar um comentário