sábado, 1 de julho de 2023



Fui nascido no campo, no ano de 1936!
tempo do carro de bois, tropas de mulas, 
fogão a lenha, lamparina e candieiro, o 
combustível era feito do óleo da mamona,  
pés descalços, sem agasalho contra o frio, 
todo o campo era abitado, em cada fazenda, 
muitos ranchos, de pau a pique, barreados e 
cobertos de sapê, durante as noites, os cães 
latia, e os galos cantava, não percorria 
duzentos metros sem ter uma morada, 
em cada casa tinha um pedaço de terra onde 
se plantava, cana de assucar, pés de café, uma 
horta, no terreiro tinha galinhas, e porcos no 
chiqueiro, uma cabrita para dar leite para os meninos,
Era assim seu moço, onde os meninos aprendia 
com os seus pais, a serem educados, e pouco a pouco, 
se viciar, no trabalho, buscando as vacas no pasto para 
ser ordenhadas, andar uma légua a pé para ir à escola,
tratar das galinhas e dos porcos, levar água e o almoço 
na roça para o seu pai, pés descalços pisando nos espinhos,
era assim seu moço, que as crianças eram educadas, os seus
brinquedos eram feitos por eles, com cacos da cuia, e rodar 
piorra, os bois que puxava o carro eram feitos de sabugos do milho!
a higiene era zero, não existia papel higiênico, nem escova e pasta dental, 
a privada era atrás das moitas, das bananeiras ou pés de café, sabão era 
feito em casa, com resto de gordura, a soda caustica, era feita de cinzas 
do fogão a lenha, mesmo sendo assim sinto saudades, vivamos na tranquilidade!
eu sinto dó desta tal modernidade, tanto no campo como na cidade!
até a coisa mais bela que era a favela, hoje é a tal comunidade, onde as crianças aprende
todas as brincadeiras da modernidade!  
Escrito por José da silva caburé, poesias, contos, & versos. Araruama; 02/07/2023.



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